Segundo o autor, as dúvidas e todas as
questões vão percorrendo e traçando um caminho no pensamento e, por sua vez,
esse caminho passa pela linguagem. Ao questionar a técnica dá-se uma livre
abertura para mais conhecimento.
Heidegger diz que a técnica não é a essência
da técnica e que a essência da técnica não é nada técnica.
Perguntar a técnica será perguntar o que esta
é e para esta pergunta menciona duas respostas. A técnica é um meio para um fim
e a técnica é uma atividade para o homem. As duas respostas completam-se e
complementam-se.
A produção e o uso de ferramentas, aparelhos e
máquinas, permitem todo o acto técnico e todo o conjunto da própria técnica em
si, sendo esta também um instrumento.
Fica claro que a técnica moderna é um meio
para alcançar um fim. Não sendo necessário descobrir a essência do que se dá e
apresenta e se o descobrir da essência acontece a verdade da sua propriedade.
A determinação dos instrumentos da técnica não
leva à essência e a partir daí se deve questionar a que pertence o meio para o
seu fim?, designando o meio, sendo o que se faz para e se obter alguma coisa e
a causa, sendo o que provoca no outro, como também o fim a que se destina e o
meio utilizado. Onde existe instrumentalização, também há causalidade.
A essência da técnica está relacionada com a
descoberta, pois é onde nasce a produção. A técnica é um meio para descobertas
como fim a procura de verdades.
Vinda do Grego, a técnica constitui a palavra
do fazer da habilidade artesanal mas também do fazer na grande arte das bela
artes. Acrescenta-se ainda a técnica pertencendo à grande produção como uma
poesia. O conhecimento provoca abertura.
À composição pertence um esqueleto, e com isto
um desafio para a disposição e disponibilidade, a que o homem procura descobrir
o real.
Pertence ao técnico o conhecimento de todas as
ferramentas e peças para uma linha de montagem, a qual inclui todas as partes
para um trabalho técnico completo, mas não querendo dizer que técnico seja o
autor da composição, mas sim um executante.
Segundo Heidegger,
o início das ciências modernas da natureza deu-se no século XVII, a técnica das
máquinas deu-se na segunda metade do século XVIII, sendo a técnica moderna
anterior à técnica das máquinas. A essência da técnica moderna conduz o homem
ao descobrimento procurando o real, despertando-o para a receptividade e
liberdade da descodificação e codificação do mistério.
“Como nos será possível, porém, olhar a força salvadora na
essência da técnica, sem pensarmos o sentido de “essência” em que a composição
é, propriamente, a essência da técnica?”