domingo, 23 de fevereiro de 2014

Atividade 3 - Semana 2 
(Santaella, Luciaficas e invenções tecnológicas a uma velocidade tal. O corpo biocibernético e o advento do pós-humano. Culturas e artes do pós-humano. S.P., Paulus, 2003.)
Para Santaella  durante as últimas décadas, presenciamos descobertas científicas e invenções tecnológicas, intituladas atualmente de revolução digital, levando ao debate e análise de cientistas, filósofos e artistas que estamos perante o desabrochar de uma nova época, emergindo na contemporaneidade grandes mudanças na abordagem das vivências na vida social, até mesmo na identidade cultural na sociedade.
Para Santaella  esta emergente transformação “para outros mais radicais trata-se do um salto antropológico tão vasto quanto foi aquele que resultou da revolução neolítica”, denotando alterações significativas do indivíduo na sociedade, passando pelo o corpo humano. Tais conjeturas, colocam questões na “antropomorfia” do corpo humano no séc. XXI.
 A tal fenómeno, Santaella denomina-o de corpo biocibernético e que deste conhecimento surgiu uma nova compreensão expandindo-se uma infinidade de sistemas tecnológicos.
“O poder dessa lógica analógica da cibernética residia em sua capacidade para redefinir o próprio conceito da vida.”Santaella,2003)
Santaella manifesta as questões da vida como uma questão de hardware, em todas as organizações estão dependentes de uma lógica operacional, tanto na área científica como na artística. As questões do biológico com o cibernético, numa segunda linha, conduziram à realidade da reflexividade.
A cibernética integrou na reflexividade colocando o observador como indivíduo fora do sistema de observação, embora com a sua interação,  já o permite fazer parte do sistema.
Segundo Santaella, o neologismo ciborg “(cib-ernético mais org-anismo), invenção de Manfred E. Clynes e Nathan S. Kline, em 1960, para designar os sistemas homem-maquina auto-regulativos”, aplicados aos estudos do controle cibernético, foram dedicados às viagens espaciais  e neurofisiologia do corpo humano. Contextualizando o programa espacial norte-americano e toda a envolvência de estudos médicos, possibilitando o “ciborg” como um potencial recurso para as transformações das funções do corpo nos variados ambientes. Assim, mais uma vez, foi desenvolvendo e aumentando potenciais recursos e tecnologias, criando a simbiose perfeita/imperfeita (perfeita ou não...) entre o homem e a máquina.
Para Santaella  ultrapassando a demarcação do natural/artificial; orgânico/inorgânico, foi sendo questionada a demarcação da natureza/ciborg, porém voltando sempre a questão entre o homem e a máquina consolidando o corpo e a mente. Estas virtualizações, à medida que foram sendo criados e produzidos novos filmes de ficção científica, exemplificando MATRIX, foram surgindo e convergindo novas denominações para “ciberpunk”, e mais tarde o “pós-humano”.
À medida que os avanços tecnológicos aumentavam, o tamanho do dispositivos tecnológicos foi diminuindo, sendo, em 1985, o mais popular o HMD (Head Mountes Display) e luvas de dados. Considerado para Santaella o mais sofisticado, Cave (Cave Automatic Virtual Environment), sendo este último, sitiar o corpo humano incluído num ambiente concebido por computador, envolvido num ambiente digital formando um círculo completo à volta do corpo, sem ser necessária a utilização de capacete e luvas.
Para Santaella  a Realidade Virtual nos dias de hoje, no sentido estrito, está direcionada para a tridimensionalidade, a expressão “virtual” no sentido mais amplo, para qualquer coisa que acontece no computador. Sendo considerado um acontecimento computacional/informático, o email (correio electrónico) permitindo grupos de trabalho em rede, livrarias virtuais a universidades virtuais.
Segundo Santaella  a “Comunicação global” abrange todo o planeta, nova denominação  que surge de “ciberespaço – dimensão da realidade que consiste de puro fluxo de dados”, “o conceito de se remoto como telepresença”, sendo “ um vetor da história da Realidade Virtual”, entre outras descobertas e criações, eclodiu o MIT no laboratório de Inteligência Artificial, consistia na ideia de uma presença remota, unindo a inteligência humana a robôs menos inteligentes com design responsivo, dinamizando a Realidade Aumentada e a Inteligência Artificial e ainda separando  a robótica como a engenharia da construção dos sistemas físicos ligados à comunicação de informação por meio de sistemas para produção em todo o planeta.
O crescimento de robótica, com o objetivo de tornar a máquina autónoma, destaca-se a “protética ou partes artificiais do corpo”, tendo a finalidade de substituir partes do corpo humano por próteses mecânicas por comando de impulsos nervosos (câmaras de vídeo em substituição do olho, retinas artificiais) e a “nanotecnologia”, técnica relacionada com a construção/criação do design de mini máquinas também podem ser programadas para funcionar no âmbito do corpo humano. “A criação de máquinas a partir de moléculas, as nanotecnologias podem combater doenças, aumentar a performance física ou evitar o envelhecimento Assim sendo, a nanotecnologia intervém ao nível do carbono, mudando os fundamentos da matéria e sua essência atómica molecular”(pág. 197).
Telepresença é outra forma comunicação entre humanos e robôs. Sendo “teleoperador” a nomenclatura usada para a interação de humanos com robôs, permitindo ao homem a sua visualização como se fosse uma máquina utilizando ações espontâneas para manusear máquinas e comandar o mundo físico à distância, tanto como um robô físico tanto com mão virtual. “ A telepresença é uma forma de experiência fora do corpo em uma simbiose com o silício” 
Com todo o progresso de criação tecnológico, foram-se desenvolvendo novas metas, progredindo para outros desafios, acompanhados com novas nomenclaturas/denominações, como as “redes neurais”, “a manipulação genética”, a “vida Artificial”, “corpo esquadrinhado”, “o corpo plugado”, “ imersão por conexão”, imersão através de avatares”, “imersão híbrida”, “telepresença”; nas “Múltiplas Realidades do Corpo”, “O corpo remodelado como a manipulação estética do corpo”, “o corpo protético, como corpo ciborg híbrido”, “Ambientes virtuais como um sinónimo de Realidade Virtual”, “ o Corpo simulado como corpo biocibernético”, “corpo digitalizado como a representação do corpo em 3 dimensões”, “corpo molecular desde o gnoma humano”. Considerando Santela, tal diversidade, um tanto perturbador, colocando no corpo humano numa incógnita, entre a “Utopia e a Distopia”.

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